Internet força e internet arte

  • Última modificação: 15/12/2019
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Este post foi migrado lá do Melancia na Cabeça. Ele tem muito tempo, mas estou mantendo só por razões históricas 🙂

Antes havia o futebol arte. Dribles do Garrincha, gols do Pelé e etc. formavam uma imagem do futebol bem diferente da atual, caracterizada pela técnica e força física dos jogadores – o futebol força. A divisão arte/força não se restringiu só ao futebol e se expandiu para todas as áreas. Os desfiles de escola de samba, por exemplo. Se antes era tudo arte, inovação e mensagens bem trabalhadas hoje existe o “desfile técnico”. Até roubar antigamente era mais difícil. A habilidade dos batedores de carteira deu lugar à força bruta usada hoje pelos traficantes.

O surgimento de regras, técnicas, manuais e coisas do gênero contribuíram pra essa mudança. O “assim dá certo” é aplicado em várias (pra não dizer em todas) as áreas, o que tem aspectos bem positivos, mas tira um certo brilho e intimida a inovação. Tudo vira uma linha de produção, com coisas iguais, repetidas, tediosas, que até cumprem o objetivo, mas fazem só isso.

A internet é um exemplo. Antes o empirismo era tudo, não havia regras de usabilidade, nem Nielsen, nem ninguém. Muita gente mandava mal, mas alguns criaram conceitos. Vieram os manuais de usabilidade e as coisas mudaram. Sites que vão só no “assim dá certo” de fato dão certo, mas raramente inovam. Fazem um desfile técnico, marcam gol sem driblar.

Jogar as diretrizes de usabilidade do Nielsen no lixo? Com certeza não. Mas novos conceitos ainda são possíveis e precisam ser inventados. O mundo não é estático e a internet é ainda mais dinâmica que tudo. Arriscar uma inovação e criar conceitos novos, simples mas revolucionários, são os passos dos gênios em todas as áreas.

Felipe Elia

Associate Director of Platform Engineering na 10up, WordPress Core Contributor, Global Polyglots Mentor na comunidade internacional do WordPress e Locale Manager na comunidade WordPress Brasil.